Ressignificação – PNL

Ressignificação

Escrito por: Roger Ellerton Ph.D.  Publicado em: ter, 13/03/2018

Em artigo anterior, analisamos as perspectivas e como a perspectiva proporciona um contexto ou um foco para os seus pensamentos e ações. Assim como a perspectiva de uma imagem coloca limites ou fronteiras sobre o que você pode ver na imagem, as perspectivas de referência que você escolhe como resultado de suas crenças sobre você e os outros, o seu papel percebido na vida, as suas limitações percebidas em habilidades/capacidades, etc., podem limitar o que você vê como possível ou podem abrir todos os tipos de possibilidades. Você está (e se você permitir, os outros) continuamente definindo prazos, fronteiras, limites, etc., sobre o que você pode e não pode fazer – muitas vezes sem qualquer pensamento real sobre as consequências ou se as limitações são verdadeiras.

Alterar o contexto de uma experiência pode ter uma grande influência sobre como você percebe, interpreta e reage a essa experiência. Alguém dizer que você tem uma hora para completar uma tarefa resultará, provavelmente, em um diferente estado emocional, outra abordagem e uma qualidade de trabalho diferente da que você teria se tivessem lhe dito que o prazo para realizar a mesma tarefa seria de uma semana. Isso ilustra como uma mudança no contexto (nesse caso, o prazo) pode ter um impacto significativo sobre as escolhas que você faz. Alterar o contexto de referência é chamado de ressignificação na PNL. O objetivo da ressignificação é ajudar uma pessoa a experimentar as suas ações, o impacto de suas crenças, etc., a partir de uma perspectiva diferente (contexto) e ficar, potencialmente, com mais recursos ou ter mais opções sobre como reagir.

Ressignificação acontecendo ao nosso redor

• Os políticos são mestres em ressignificação. Parece que não importa o que aconteceu, eles podem montar uma versão positiva com relação a eles ou uma versão negativa para os seus adversários.

• Você pode ter ficado contrariado com a sua esposa por ela ter convidado para jantar aquele senhor idoso que mora ao lado. Até ela salientar que se você estivesse no lugar dele, esse simples ato seria o destaque da sua semana.

• Sabe aquela velha mesa de madeira na garage que você usa como bancada para serrar madeira, cravar pregos, etc. Ela seria vista de uma forma diferente, se alguém lhe dissesse que ela é uma valiosa antiguidade.

• Os contos de fadas geralmente usam a ressignificação para ajudar as crianças a enxergarem as diferentes perspectivas ou consequências – por exemplo, o “lobo chorando”.

• Uma desculpa é uma ressignificação que atribui um significado ou um contexto diferente para os seus comportamentos.

Mais algumas ressignificações.

  • Durante a campanha presidencial americana de 1984 houve uma grande preocupação com a idade de Ronald Reagan. Falando durante o debate presidencial com Walter Mondale, Reagan disse: “Eu não vou fazer da idade uma questão nessa campanha. Eu não vou tirar proveito, para fins políticos, da juventude e da inexperiência do meu oponente.” A idade de Reagan não foi problema no restante da campanha!
  • Existe uma história sobre Thomas Watson Sr., o primeiro presidente da IBM. Uma jovem funcionária tinha cometido um erro em que a IBM perdeu um milhão de doláres no negócio. Ela foi chamada ao gabinete do presidente e quando entrou, disse: “Bem, eu acho que você me chamou aqui para me despedir.” “Despedir você?”, Mr. Watson respondeu, “eu acabei de gastar 1 milhão de dólares na sua educação!”
  • Um pai trouxe sua filha ‘cabeça dura’ para ver Milton Erickson – o famoso hipnoterapeuta. Ele disse a Erickson: “A minha filha não me escuta, nem a sua mãe. Ela está sempre expressando a sua própria opinião”. Depois que o pai terminou de descrever o problema da filha, Erickson respondeu: “Não seria bom que ela fosse capaz de caminhar com as próprias pernas quando estiver pronta para sair de casa?” O pai ficou atordoado. Essa foi a extensão da terapia – o pai agora via o comportamento da filha como um recurso útil para ser usado mais tarde na vida dela.

Ressignificação do Conteúdo e do Contexto

Na PNL existem duas formas básicas de ressignificaçãoressignificação do conteúdo (ou significado) e do contexto.

Ressignificação do Conteúdo

O conteúdo ou o significado de uma situação é determinado pelo que você escolhe para se focar. Uma falta de energia elétrica pode ser vista como inconveniente, um grande transtorno considerando tudo o que você tem para fazer. Ou pode ser vista como uma oportunidade de passar mais tempo com o seu cônjuge ou se divertir com seus filhos descobrindo maneiras inovadoras de contornar a situação.

A ressignificação de conteúdo é útil para afirmações, como: “Eu fico irritado quando meu chefe fica parado atrás de mim quando estou trabalhando”. Observe como a pessoa experimenta a situação e dá a ela um significado específico – um significado que pode ou não ser verdadeiro – e ao fazer isso limita a sua criatividade e possíveis cursos de ação. Para ressignificar essa situação, lembre-se da pressuposição da PNL: “Todo comportamento tem uma intenção positiva” e faça perguntas, tais como:

• Que outro significado poderia ter o comportamento do chefe? Ou com que finalidade ele faz isso? Uma possível ressignificação poderia ser: “Será possível que ele queira me ajudar e não sabe como me oferecer a sua ajuda de uma outra maneira?”

• Qual é o valor positivo nesse comportamento? O valor positivo poderia estar relacionado com o comportamento do chefe ou com o comportamento do funcionário. Uma possível ressignificação poderia ser: “Não é ótimo que você conheça os seus limites e não esteja disposto a permitir que alguém os desrespeite?”

Se você estiver experimentando um problema físico (inclusive fobias e alergias), você pode se perguntar: “Esse problema vai me ser útil de alguma forma?” Por exemplo, ele pode lhe dar permissão para dizer “não”. Se esse for o caso, você poderia se perguntar: “Existe outra maneira em que eu posso obter esse mesmo resultado sem ter que ter o problema físico?” E talvez assim o problema físico desapareça.

Ressignificação do Contexto

Quase todos os comportamentos são úteis ou apropriados em algum contexto. Interromper um orador levantando no meio de uma palestra pode ser julgado como impróprio. Adotar esse mesmo comportamento no final da apresentação, a fim de fornecer uma perspectiva diferente, pode ser bem recebido por todos os presentes.

A ressignificação do contexto é útil para afirmações como: “Eu sou muito afoito” ou “Eu gostaria de não me focar sempre no que pode dar errado”. Nesse tipo de situação, o seu cliente assumiu que esse tipo de comportamento não tem utilidade. A sua tarefa é descobrir quando esse comportamento será útil, fazendo a seguinte pergunta para você mesmo: “Quando ou onde esse comportamento será útil ou visto como um recurso?” Uma possível ressignificação poderia ser: “Não seria ótimo ter essa habilidade quando você precisa ter as coisas feitas ou para evitar problemas potenciais?” Assim que o seu cliente estiver com mais recursos, você pode ajudá-lo a descobrir comportamentos que podem ser mais apropriados em outras situações.

Crianças e Paternidade

As crianças exibem todos os tipos de comportamentos – alguns adequados e outros não muito apropriados. Focar principalmente nos comportamentos inadequados de uma criança pode resultar em que ela se sinta excessivamente criticada ou atacada, resultando no aumento do comportamento problema ou em que ela se torne excessivamente defensiva. Como alternativa, os pais podem escolher dois cursos de ação:

• Assumindo que cada comportamento tem uma intenção positiva, os pais podem escolher descobrir a intenção positiva. Depois, o pai/mãe pode discutir com a criança outros comportamentos que atendam tanto as necessidades dos pais como as da criança.

• O pai/mãe pode apontar onde ou em que contexto esse tipo de comportamento é aceitável, comprovando assim para a criança que os comportamentos dela são úteis em certos contextos.

O primeiro é um exemplo de uma ressignificação de conteúdo e o outro de uma ressignificação de contexto.

Pensamentos finais

Ao apresentar uma ressignificação para outra pessoa:

• Certifique-se de que você está em rapport e tem permissão dela para oferecer essa ressignificação.

• Você pode acreditar que a sua ressignificação é a melhor e ainda assim pode não funcionar para a outra pessoa – simplesmente porque ela tem um modelo de mundo diferente do seu. Lembre-se da pressuposição da PNL – Não existe fracasso, apenas resultado – e explore outras ressignificações possíveis.

• Se você apresentar a ressignificação na forma de uma pergunta ou de uma metáfora, provavelmente ela será mais considerada pelo seu cliente do que se você apresentá-la como uma afirmação de fato.

• Eu já ouvi muitos novatos em PNL dizendo que eles “ressignificaram” alguém, quando na verdade você não pode ressignificar ninguém a não ser você mesmo. O melhor que você pode fazer é pedir que alguém considere a sua ressignificação e, então, ele pode escolher se ela ressignifica ou não a experiência dele

 

Fonte: https://golfinho.com.br/artigo/ressignificacao.htm

 

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