Psicólogo com mais de 3000 atendimentos de sucesso, especialista em hipnose, pnl, linguagem corporal, análise comportamental, gestão de pessoas e gestão de empresas, fundador do primeiro instituto de hipnoterapia e programação neurolinguística de Mato Grosso do Sul.
Introdução
A depressão é um transtorno mental multifacetado que pode se manifestar de diversas formas, impactando profundamente o bem-estar emocional, físico e social do indivíduo. Para ampliar a compreensão dessa complexidade, o psicólogo e especialista Rodrigo Merjam propõe uma analogia inovadora entre os subtipos de depressão e condições metabólicas conhecidas, como obesidade e diabetes. Esta abordagem comparativa oferece novas perspectivas sobre o tratamento e manejo dessas condições, fundamentando-se na influência de crenças, valores e fatores biopsicossociais.
Depressão Maior Psicológica e Obesidade: Padrões de Comportamento e Crenças
A Depressão Maior Psicológica caracteriza-se por um estado emocional debilitante que afeta o funcionamento cognitivo e social do indivíduo e que é mantida ou agravada pelo seu próprio sistema de crenças, valores e decisões. Rodrigo Merjam sugere que essa forma de depressão é comparável à obesidade, pois ambas são influenciadas por crenças pessoais e padrões de comportamento enraizados, que, se não forem alterados, perpetuam o estado de desequilíbrio. Tanto a obesidade quanto a Depressão Maior Psicológica podem ser agravadas pela dificuldade em modificar crenças subjacentes. Isso ressalta a importância de intervenções direcionadas à conscientização e mudança de hábitos, bem como o papel crucial da autoeficácia na transformação de padrões de comportamento.
- Depressão Maior Psicológica e Obesidade, ambas são mantidas e agravadas por fatores psicológicos que levam o indivíduo a tomar escolhas não saudáveis de pensamentos, sentimentos e comportamentos incluindo a má alimentação e o sedentarismo.
- Medicações não surtem efeito a médio e longo prazo.
- Mudanças de crenças e valores através da hipnoterapia, da pnl e da psicoterapia surtem efeito a curto, médio e longo prazo.
Depressão Maior Situacional e Diabetes Tipo 2: Impacto do Ambiente e Estilo de Vida
A Depressão Maior Situacional surge em resposta a eventos estressantes ou mudanças significativas no ambiente da pessoa, pode ser desencadeada por um único evento muito crítico ou pelo acúmulo de diversos eventos ao longo do tempo e seu início é marcado por um um estado de reatividade emocional e flutuação de humor para a esfera da tristeza e apatia predominantemente na vida adulta. De forma semelhante, o diabetes tipo 2 geralmente é resultado cumulativo de fatores ambientais e decisões comportamentais na vida do indivíduo, manifestando-se predominantemente na vida adulta. Merjam observa que tanto a depressão quanto o diabetes tipo 2 aparecem como consequências de um histórico comportamental, que inclui hábitos de vida e a forma como o indivíduo reage a estressores. Essa relação reforça a ideia de que intervenções focadas em mudanças de estilo de vida e nas circunstâncias externas são essenciais para a gestão eficaz dessas condições, centrando-se no suporte psicossocial e na adaptação do ambiente para promover uma recuperação significativa e utilizando as medicações mais avançadas no inicio desse processo para que o organismo retome o equilíbrio químico antes de encontrar o equilíbrio comportamental e encontrar maneiras de mudar o ambiente ou de ambiente enquanto se medica e remedia farmacologicamente a situação que é BioPsicoSocial.
- Depressão Maior Situacional e Diabetes Tipo 2, ambas são geradas pelo ambiente não saudável que o organismo está vivendo, ambas podem ter inicio após um evento estressor específico ou podem surgir após anos de más decisões, maus pensamentos, maus sentimentos e maus comportamentos que levaram o organismo até aquele estado. Ambas são comuns em adultos e raras em adolescentes e crianças.
- Ambas podem necessitar de uso de medicamento no inicio do processo de recuperação, ambas podem continuar a ser remediadas a médio e longo prazo com medicação e ambas podem ter um processo de AutoCura através de mudanças de ambiente, comportamentos, pensamentos e hábitos.
- A médio e longo prazo, mudanças nos hábitos e no ambiente podem gerar um processo de cura espontânea do organismo.
Depressão Maior Biológica e Diabetes Tipo 1: Fatores Genéticos e Tratamento Contínuo
A Depressão Maior Biológica é marcada por uma forte base genética e neurobiológica, com seu início ocorrendo frequentemente durante a infância, pré-adolescência ou adolescência, geralmente antes dos 21 anos. Esta característica é uma distinção fundamental em relação aos outros dois tipos de depressão mencionados. Enquanto a Depressão Maior Psicológica e a Depressão Maior Situacional costumam surgir em resposta a experiências da vida adulta, a Depressão Maior Biológica pode ser percebida como uma condição que se entrelaça desde os primeiros anos de vida, afetando a formação da identidade e das relações sociais do indivíduo.
Um ponto notável de comparação entre a Depressão Maior Biológica e o diabetes tipo 1 reside nas semelhanças entre os processos de produção de insulina e dopamina. Assim como o diabetes tipo 1 é caracterizado pela deficiência na produção de insulina devido a um ataque autoimune às células beta do pâncreas, a depressão maior biológica está frequentemente associada a insuficiências na liberação ou na captação de dopamina, um neurotransmissor essencial para a regulação do humor e das emoções. Ambas as condições, portanto, requerem tratamento contínuo: no caso do diabetes, a administração de insulina exógena, enquanto para a depressão, a intervenção pode incluir medicamentos que atuam sobre os níveis de dopamina, além de suporte psicossocial. Embora ambos os tipos de tratamento possam aliviar os sintomas, não há cura definitiva, tornando o manejo contínuo uma parte essencial da vida dos afetados.
- Depressão Maior Biológica e Diabetes Tipo 1, ambas possuem fatores genéticos que levam a um funcionamento irregular e insuficiente de seus sistemas, ambas tem o surgimento mais comum antes dos 21 anos de idade e ambas precisam de intervenção medicamentosa urgente para reequilibrar o funcionamento do organismo.
- Medicação e tratamentos serão necessários durante toda a vida do indivíduo e as decisões, hábitos, pensamentos, comportamentos e sentimentos irão definir a duração dessa vida e a qualidade dessa vida.
Conclusão
A analogia traçada por Rodrigo Merjam entre os tipos de depressão e condições metabólicas oferece uma perspectiva enriquecedora para a compreensão dessas doenças. Ao reconhecer os paralelos entre as influências psicológicas, comportamentais e biológicas que atuam tanto na depressão quanto em distúrbios metabólicos, profissionais e pacientes podem adotar abordagens mais integradas e eficazes para o tratamento. As similaridades e diferenças entre essas condições ressaltam a importância de um tratamento personalizado que considere tanto as particularidades do indivíduo quanto as intervenções adequadas para a promoção da saúde e do bem-estar a longo prazo.
Referências
- Merjam, R. (2024). *Análises de atendimentos clínicos
- O Código da Obesidade: Decifrando os segredos da prevenção e cura da obesidade – Jason Fung
- A Revolução da Glicose: Equilibre os níveis de açúcar no sangue e mude sua vida – Jessie Inchauspé
- O Código do Diabetes: Previna e reverta naturalmente o diabetes tipo 2 – Jason Fung
- Diabetes Tipo 1 no Brasil – Marília Brito Gomes, Carlos Antonio Negrato, Hermelinda Cordeiro Pedrosa
- Guia Prático em Diabetes Mellitus – Clannad Editora Científica
- Depressão: O que a ciência diz e o que você precisa saber – Daniel Amen
- A Depressão: Causas, Sintomas e Tratamentos – David Burns
- Quebrando o Ciclo da Depressão – Guy Winch
- O Poder da Mente Sobre a Depressão – Jeffrey Schwartz