Qual a diferença entre Hipnose e PNL? Como isso pode te ajudar?

O que você imagina quando ouve falar em “hipnose”? Provavelmente, deve pensar em pessoas sendo manipuladas com pêndulos ou, ainda, em clientes inconscientes durante uma sessão de terapia, certo? Afinal, essa é a visão comumente propagada pela mídia.

Pois saiba que ela está parcialmente certa, parcialmente errada. A hipnose é uma prática bastante antiga que ainda desperta apreensão, interesse, curiosidade e, sobretudo, muitos questionamentos. Por isso, é importante conhecer a técnica, entender sua proposta e perceber os benefícios que ela pode trazer para sua vida.

Este texto tem como objetivo, portanto, esclarecer o que é hipnose e como ela funciona. Inicialmente, você terá a oportunidade de conhecer um pouco do histórico da técnica e de que forma ela é empregada por terapeutas para auxiliar os indivíduos a lidar com seus entraves e limitações.

Depois, partiremos para questões mais pontuais sobre sua utilização e comparação com outros métodos e recursos. Entenda, desde já, que o efeito da hipnose, ou seja, o estado de consciência atingido por meio dela, é algo relativamente comum em nosso cotidiano, mesmo que não nos demos conta.

Acompanhe nossas explicações e boa leitura!

Entenda o que é hipnose e como ela funciona

Cientificamente falando, hipnose corresponde a técnicas verbais e não-verbais que levam alguém a experimentar um estado alterado de consciência. Esse estado alterado, também conhecido como transe, é induzido por estímulos externos ao hipnotizado, como uma música ou as palavras e gestos de um terapeuta.

O transe hipnótico é um estado de atenção focada, de concentração em uma única fonte de estímulos, porém de profundo relaxamento. Quando você está em transe, sua consciência está tão direcionada para a questão tratada que você simplesmente ignora ou não percebe as distrações do ambiente.

No entanto, grave bem: o indivíduo em transe está consciente, e não inconsciente, como muitos acreditam! A raiz da palavra, “hipno” vem do grego e, de fato, significa sono. Por muito tempo a hipnose foi considerada uma espécie de sono induzido, o que ainda leva muitas pessoas a aceitar essa definição ao pé da letra.

Perceba, no entanto, que se trata de uma alegoria para fazer com que aqueles que nunca experimentaram a técnica consigam imaginar qual é a sensação produzida. Quer saber o que exatamente acontece, o que leva alguém a entrar em transe hipnótico e como a técnica funciona?

A hipnose é aplicada em clientes que estejam dispostos a se submeter ao tratamento e deve sempre ser conduzida por profissionais capacitados, conhecidos como hipnoterapeutas. Dependendo da metodologia seguida, o cliente é induzido através da comunicação com o hipnoterapeuta a entrar em um estado alterado de consciência, que fará com que ele se sinta confortavelmente relaxado.

O indivíduo entra em um tipo de realidade na qual só aquilo importa, só aquilo faz sentido. É quase como no cinema, onde os espectadores se sentem imersos na história e são suscetíveis a sugestões e direcionamentos vindos dela ou que estejam conectados a ela – desde que estas sugestões estejam de acordo com a vontade daquele que passa pelo procedimento.

Isso porque, de acordo com a definição mais aceita, a hipnose é um caminho direto ao subconsciente do cliente. São trabalhados, a princípio, o relaxamento, a respiração, a imaginação, fazendo com que seus pensamentos fiquem sem julgamento.

Para que serve a hipnose?

A hipnose é amplamente utilizada no tratamento de traumas, entraves emocionais, alívio de desconfortos físicos e mudanças comportamentais. O que se percebeu, ao longo da aplicação clínica da técnica, é que, em transe, o cliente está mais suscetível a transformações positivas (como parar de fumar, por exemplo) e à neutralização de padrões negativos (como um comportamento agressivo motivado por um acontecimento do passado).

Nesse estado de consciência, os filtros que estão entre o indivíduo e o mundo vão perdendo peso, ao passo que as barreiras são mais facilmente transpostas e podem ser trabalhadas pelo terapeuta. Este último, por sua vez, buscará ajudar o cliente na jornada da autorreflexão e da autodescoberta, direcionando seu progresso e garantindo que ele mantenha o foco e atinja o seu objetivo de forma rápida.

A técnica, seja qual for sua metodologia ou abordagem, tem muito potencial para ajudar no entendimento da psique humana, bem como para promover o bem-estar dos indivíduos, facilitando seu convívio social.

Histórico da prática

A hipnose é uma técnica que esteve presente ao longo da história da humanidade. Sua interpretação e emprego, contudo, variaram bastante ao longo dos séculos. Há menções e indícios da utilização do estado de transe na literatura das primeiras grandes civilizações, como a egípcia e a hindu, por exemplo.

No entanto, antes da era moderna, a prática da hipnose esteve exclusivamente ligada a ritos religiosos e mágicos. O caminho do reconhecimento da eficácia da hipnose como prática medicinal e de seu emprego no tratamento de distúrbios psicológicos só começou a ser trilhado a partir do Iluminismo, no século XVIII.

Ainda no início século XX, entretanto, a utilização da técnica em clínicas e hospitais era vista com preconceito por parte de muitos acadêmicos e fisiologistas. Porém, os estudos efetuados pelo psicólogo e psiquiatra Milton Hyland Erickson (1901-1980), bem como os resultados palpáveis de sua atuação, serviram para legitimar a hipnose como instrumento científico, válido e eficaz.

Atualmente, a técnica é empregada por especialistas de diferentes áreas na busca por tratamentos da mente e do corpo. A seguir, conheceremos os diferentes métodos e teorias sobre a técnica como parte de um procedimento terapêutico.

Mitos sobre a hipnose

Como em qualquer ramo do conhecimento humano, mitos são reproduzidos e disseminados diariamente como se fossem verdades. Há uma crença popular, por exemplo, de que o hipnotizado está inconsciente e que será comandado pelo hipnotizador, atendendo a tudo que for designado. Muitos acreditam, inclusive, que o cliente pode nunca mais voltar do transe.

Ambas as alegações são falsas. Conforme mencionamos, o hipnotizado não está inconsciente, apenas concentrado em uma única fonte de estímulo ou trilha de sensações/emoções. O hipnotizador não exerce controle sobre o hipnotizado, mas o guia na viagem a seu interior, na busca por resposta.

Também é impossível ficar preso no “transe”, já que este, se prolongado ou intensificado, simplesmente resultará no sono fisiológico. Outro divisor de opiniões é a chamada “hipnose de palco”, que nada tem a ver com a hipnose na prática terapêutica.

A hipnose executada em frente a uma plateia tem fins de entretenimento e, geralmente, tem o objetivo de exibir as habilidades hipnóticas daquele que a perpetua. A hipnose na prática terapêutica, como vimos, tem como objetivo tratar distúrbios e auxiliar os clientes a neutralizar ou superar os entraves que os impedem de alcançar seu potencial.

Descubra a diferença entre Hipnose e PNL

A sigla PNL se refere à Programação Neurolinguística, uma prática focada em acessar e modelar traços comportamentais e cognitivos a partir de recursos que o indivíduo já possui. Muitos entendem essa prática, portanto, como sinônimo de hipnose.

Tenha em mente que a PNL pode se utilizar da hipnose, ao passo que a hipnose também pode se utilizar da PNL. Ambas buscam transformar positivamente padrões de comportamento por meio da indução a um certo tipo de transe — no entanto, a abordagem é diferente.

A hipnose busca, por meio do estado alterado de consciência, trabalhar traumas, entraves psicológicos, memórias e sensações negativas, no intuito de auxiliar os clientes a superá-los, promovendo seu bem-estar. O foco da PNL, entretanto, é mais pontual e direcionado ao aperfeiçoamento de algumas habilidades interpessoais e de comunicação.

A Programação Neurolinguística concentra seus esforços em reprogramar a forma com que o indivíduo atribui significados às informações processadas pelos cinco sentidos. Portanto, ela não fica restrita somente à aplicação da hipnose, mas compreende um conjunto amplo de técnicas específicas e ferramentas de linguagem verbal ou não-verbal.

Os profissionais que empregam a PNL buscam otimizar o desempenho dos indivíduos em determinadas funções e atividades. Esse método, portanto, é muito utilizado no ambiente corporativo, em consonância com o coaching.

Sua aplicação é capaz de treinar e desenvolver algumas habilidades, partindo do pressuposto de que o próprio indivíduo já possui tudo o que precisa para alterar determinado comportamento ou postura indesejada.

Exemplos de aplicações da hipnose

A prática terapêutica da hipnose é geralmente utilizada para lidar com depressão, insegurança, ansiedade, estresse, baixa autoestima, fobias, traumas, memórias e sensações negativas que geram incômodo, impedindo o indivíduo de desenvolver seu potencial.

Além dessas disfunções psíquicas, a técnica também é empregada no tratamento da insônia, do tabagismo e demais dependências químicas, das dores crônicas, entre outros.

Exemplos de aplicações da PNL

A aplicação da PNL, por outro lado, está mais focada em trabalhar o aumento do potencial comunicativo, de negociação, de tomada de decisões e resolução de conflitos. Trata-se de uma técnica focada em aguçar a percepção do indivíduo para oportunidades, desenvolver certas competências que melhorem sua atuação profissional e aumentem sua produtividade.

A PNL e a Hipnose Ericksoniana

Quem estuda mais profundamente a hipnose idealizada e praticada por Milton Erickson, percebe com clareza que ela serve de base para a formalização e aplicação da PNL. Isso porque essa metodologia prevê que o paciente é sempre o responsável por resolver seus entraves, servindo o hipnoterapeuta apenas como guia.

Tudo parte do sujeito, isto é, todos os recursos utilizados emanam dele. Richard Bandler e John Grinder, os criadores da PNL na segunda metade do século passado, estudaram a maneira com que Milton Erickson conseguia captar “a lógica de funcionamento de seus pacientes” e se adequar a ela, obtendo ótimos resultados.

Na PNL, portanto, as estratégias de intervenção são geradas a partir da compreensão dos recursos do paciente e de como eles funcionam.

E a auto-hipnose?

A auto-hipnose, também conhecida como autossugestão, prevê que o próprio interessado pode executar o processo e provocar mudanças positivas em si mesmo. Se o indivíduo seguir uma determinada metodologia, poderá compreender o que impede seu desenvolvimento e modificar a estrutura mental que mantém o padrão disfuncional.

Vale mencionar, entretanto, que muitos dos que procuram essa técnica não têm interesse em resolver um entrave específico, mas relaxar, otimizar certas habilidades (como concentração, por exemplo) e alcançar harmonia em sua vida, existindo em equilíbrio e evitando o estresse do cotidiano.

Há muitos tutoriais, cursos e livros especializados nesse tipo de abordagem e nos benefícios que ela pode trazer, especialmente se aliada a técnicas de respiração e meditação.

Saiba por que você deve fazer um curso de hipnose

Vivemos em um mundo atribulado, que nos cobra ações inconscientes e respostas automatizadas e padronizadas (e rápidas) a uma avalanche diária de informações e estímulos externos.

Passamos horas, dias, semanas e meses vivendo como se estivéssemos dormindo, executando tarefas automaticamente e postergando a resolução de nossos conflitos internos porque nunca há tempo.

Nossa sociedade está completamente focada no aspecto externo do ser humano, no que ele pode ter e mostrar, especialmente com o surgimento e a disseminação das redes sociais. Esse foco, entretanto, gera uma série de problemas individuais e coletivos que sofrem o efeito bola de neve à medida que são ignorados.

Nesse panorama, há muitos motivos para investir em um curso de hipnose. Confira 4 deles!

O autoconhecimento

É importante ter consciência sobre a seguinte lógica: em vez de investir esforço e tempo tentando moldar o que é aparente, externo e material para ter uma existência mais plena, significativa e equilibrada, é necessário voltar-se para dentro.

A hipnose nos leva a caminhar na direção do autoconhecimento, do autoquestionamento e da reflexão sobre nosso posicionamento perante a sociedade em que vivemos, bem como o que podemos fazer para modificar aspectos de nossa vida que não nos agradam ou que nos atrapalham.

Um curso de hipnose mostrará que as respostas que procuramos, assim como as perguntas, vêm de dentro e não de fora.

A busca pela resolução dos conflitos internos

Quando você chega nesse ponto de querer se conhecer e investir na descoberta e libertação de seu potencial, isso quer dizer que está disposta a enfrentar e a neutralizar os entraves emocionais que a deixam presa. Significa que, para você, não há mais porque postergar a resolução dos conflitos internos.

Somos mestres em ignorar o que nos faz infelizes e insatisfeitos, mesmo que lá no fundo saibamos a causa e os motivos desse padrão que se repete. Investir em um curso de hipnose significa que você está disposta a mergulhar profundamente em sua essência, a se entender melhor como indivíduo e a encontrar soluções para mudar o quadro.

O que falta para atingir seus objetivos

Muitas vezes, o que falta para que consigamos atingir de vez nossos objetivos é uma boa dose de reflexão e questionamento. Tenha em mente que um curso de hipnose não trará respostas prontas e pré-moldadas a seus questionamentos.

Pelo contrário, ele focará em sua responsabilidade de se questionar constantemente, de refletir sobre sua postura individual, sobre como você se relaciona com a coletividade. Ele dará instrumentos para que você consiga explorar o próprio potencial e encontrar o caminho mais adequado para suas metas e valores.

A hipnose não tem contraindicação

A hipnose não tem contraindicação, pois não é uma técnica artificial. Pelo contrário, o estado de consciência alterado é uma parte natural de nossas vidas. Quando ouvimos músicas, ou quando estamos concentrados na leitura de um livro, por exemplo, estamos em um transe autoinduzido.

A única diferença é que, no transe hipnótico, o sujeito aprende a canalizar essa concentração para a resolução de entraves ou para a otimização de habilidades comportamentais. A técnica, portanto, seja qual for, é um tratamento natural, que emprega os recursos do próprio corpo e mente daqueles que se dispõem a fazê-la ou a estudá-la.

Muitos estudantes, concurseiros e profissionais em geral, por exemplo, fazem uso na hipnose clínica ou da auto-hipnose para melhorar sua performance nos testes e no trabalho. O que eles buscam é, simplesmente, a otimização de habilidades como concentração, controle da ansiedade e memorização de conceitos.

Conclusão

Chegamos ao final desse conteúdo, que buscou elucidar conceitos, características e aspectos práticos da hipnose. Ao longo dos tópicos apresentados, você teve a oportunidade de conhecer a definição científica do estado de consciência alterada e perceber que ele já faz parte de nossas vidas.

Na hipnose na prática terapêutica, conduzida por um profissional capacitado, esse nível de concentração é utilizado para a resolução de problemas e superação de empecilhos que impedem o desenvolvimento do paciente.

É possível perceber, inclusive, que essa técnica também é empregada para melhorar o desempenho de diferentes indivíduos em suas respectivas áreas de atuação, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências específicas.

Outro ponto abordado foi o histórico da prática e sua proximidade com a Programação Neurolinguística, também conhecida como PNL. Esta, de fato, baseia-se nas ideias e abordagens do terapeuta que desenvolveu o que hoje é chamada de hipnose ericksoniana, Milton Erickson.

Diferentes modalidades de hipnose foram desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo, porém o importante é saber que todas buscam auxiliar o indivíduo a se conhecer e a refletir sobre como superar suas dificuldades.

Por fim, definimos que as palavras-chave no estudo e aplicação da hipnose são: autoconhecimento e autorreflexão. Como motivos para investir em um curso e dominar a técnica foram listados seus resultados eficazes e seu foco no interno, no potencial do próprio indivíduo.

Fonte: http://auroravita.com.br/blog/o-que-e-hipnose-por-que-ela-e-importante-e-mais/

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